Autoridades monetárias devem permanecer cautelosas devido à elevada inflação de serviços e volatilidade nos dados, especialmente com o comportamento de gastos nas férias.
Segundo projeções de especialistas do mercado financeiro, os bancos centrais ao redor do mundo devem adotar medidas de estímulo monetário para impulsionar a economia global. A expectativa é que essa ação seja tomada em resposta à crescente preocupação com os impactos da inflação e instabilidade nos mercados internacionais. A atuação dos bancos centrais será fundamental para manter a estabilidade financeira e promover o crescimento econômico.
As decisões das autoridades monetárias serão fundamentais para guiar a política econômica nos próximos meses. Com a elevada inflação e a volatilidade dos dados econômicos, os bancos centrais terão que adotar estratégias cautelosas para garantir o equilíbrio financeiro. As ações das autoridades monetárias serão essenciais para direcionar a recuperação econômica e mitigar os impactos da crise atual.
Expectativas de cortes de juros nos bancos centrais
Segundo especialistas, a maioria dos bancos centrais desenvolvidos está considerando iniciar um processo de afrouxamento monetário no meio do ano. O Federal Reserve (Fed), o Banco Central Europeu (BCE) e o Banco da Inglaterra (BoE) devem ser os primeiros a efetuar cortes, com previsão de implementação já em junho. No entanto, há alertas para possíveis riscos que podem impactar esse cenário.
Riscos para as autoridades monetárias em bifurcação
De acordo com o consultor, os riscos para as autoridades monetárias estão divididos em duas frentes. Por um lado, a inflação pode apresentar uma resiliência maior do que a esperada, especialmente diante da falta de avanços recentes nos índices de inflação de serviços. Por outro lado, a manutenção de taxas de juros em níveis elevados por um longo período pode gerar impactos negativos no crescimento e nas metas de inflação estipuladas.
Desafios na calibragem dos riscos e dados sazonais
Calibrar os riscos e analisar os dados dessa época do ano torna-se ainda mais complexo devido à volatilidade presente nesse período. Os ajustes sazonais são afetados por mudanças nos padrões de gastos durante as férias, assim como pelas práticas de preços adotadas durante esse período específico.
Projeções de cortes de juros e recessão no meio do ano
Estima-se que os bancos centrais adotem uma postura cautelosa ao promover a flexibilização da política monetária, considerando os possíveis riscos de uma resiliência inflacionária. Com previsão de até cinco cortes em 2024, totalizando 1,25 ponto percentual, em caso de recessão no meio do ano. Caso uma recessão não se concretize, o Fed pode adotar uma abordagem menos agressiva em relação aos cortes de juros.
Expectativas de cortes e projeções para diferentes bancos centrais
Além dos bancos centrais já mencionados, espera-se que o Banco Central da Austrália (RBA) e o Banco do Canadá (BoC) iniciem seus cortes um pouco mais tarde, no terceiro trimestre. O Banco Central da Suíça deve adotar uma redução de 0,25 ponto. Nos mercados emergentes, países como Brasil, Chile, Peru e Polônia já realizaram cortes, com expectativa de que o México siga o mesmo caminho em breve.
Previsões de crescimento global e desafios persistentes
As projeções indicam um crescimento global de 2,1% em 2024, refletindo um desempenho considerado fraco. Apesar de uma leve melhora nos dados do primeiro trimestre, os desafios persistem, como os impactos dos juros elevados, a diminuição dos gastos com serviços, além da fragilidade em setores específicos da indústria. A trajetória das taxas de juros nos países desenvolvidos pode continuar sendo um fator limitante para as ações dos bancos centrais dos mercados emergentes.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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