Clarinha, vítima de atropelamento em 2000, com identidade desconhecida, lesão cerebral grave. Recebe cuidados diretos no hospital, inclusive broncoaspiração, usando sabonete e fralda. Novos exames em andamento.
BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) – uma paciente foi encontrada comatosa em um hospital de Vitória (ES) e faleceu nesta quinta-feira (24). Conhecida apenas como Clarinha, ela sofreu um acidente de carro em 2000 e desde então permaneceu sem consciência. Sua identidade permanece um mistério, pois estava sem documentos no momento do acidente.
A paciente passou quase 24 anos em coma, sendo acompanhada de perto pelos profissionais de saúde. Mesmo com todos os esforços, ela não conseguiu se recuperar, permanecendo em estado comatoso até o seu falecimento. A história de Clarinha é um exemplo doloroso da fragilidade da vida.
Identidade desconhecida
Ela chegou em coma e permaneceu do mesmo jeito até a morte, conforme o relato do médico e coronel reformado Jorge Potratz, que cuidou da paciente na unidade onde ela estava internada, o Hospital da Polícia Militar do Espírito Santo, por incríveis 23 anos. Durante 17 desses anos, ele foi responsável pelos cuidados diretos da paciente.
Nos últimos seis anos, ao estar na reserva, Potratz orientou os profissionais do hospital no cuidado com Clarinha, que recebeu o apelido pela cor da pele. ‘Ela era completamente dependente. Em relação à limpeza, alimentação, tudo’, relata o médico. Além da lesão cerebral, a paciente não apresentava qualquer outra doença durante sua permanência no hospital.
Na manhã de uma quinta-feira, Clarinha vomitou e teve uma broncoaspiração – entrada de substâncias nas vias respiratórias. Infelizmente, à noite, ela veio a falecer. O coronel, que é casado e tem dois filhos, revela que ao longo do tempo Clarinha se tornou parte de sua família. ‘Comecei comprando sabonete, fralda. Depois, sempre que ia ao supermercado, levava algo para o seu quarto’, recorda Potratz.
O coronel estima que Clarinha tinha cerca de 47 ou 48 anos – ou seja, entre 23 ou 24 anos quando foi atropelada. ‘Durante esse período, surgiram algumas famílias que levantaram a possibilidade de Clarinha ser um ente desaparecido. No entanto, exames foram realizados e essa hipótese foi descartada’, revela o médico.
A Polícia Militar emitiu um comunicado informando que o corpo de Clarinha foi encaminhado para o DML (Departamento Médico Legal). ‘A Diretoria de Saúde da PMES está em contato com os médicos que a acompanhavam e com o Ministério Público para as providências administrativas necessárias para seu sepultamento, já que se trata de uma pessoa sem qualquer tipo de identificação’, declara a corporação.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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